sexta-feira, setembro 30, 2005

de vagar

estou exausto de ser tão apático
não me movo para lugar algum
tão devagar e lenta essa vida
de vagar entre vãs filosofias

estou tão cansado de descansar
meu ócio me consome, me tritura
qual batata no óleo quente, fritura
se eu não me movo, me demolem

chega o caos espontâneo

eu ando meio que meio
divido em uma parte inteira
múltiplos de mim mesmo
eu não tenho mais fronteiras

eu estou parte aqui
parte acolá, mas o que me intriga
é a parte extraviada
devem ter me levado pra Colômbia
ou pra África,
ou algum qualquer lugar longe e difícil de chegar

cheio de si,
há um vazio em mim
exausto de tanto existencialismo
e do nada
mas eu me confundo
com o tudo
nada eu analiso
tudo não é comigo

quinta-feira, setembro 29, 2005

Love is the only medicine to loneliness(I feel sick!)

I feel love
beyond and above
and even within
but not around me

I feel sad
cause some kinds of love
are not allowed
I don't agree
that's my romantic rebeldy
it will free me
from my existencialism
why question why
if all I gotta do is to receive

All the day I think about
what should my life be like
every night I dream
about a nice tomorrow
and it never comes

Love is the only medicine
to existentialism,
and withou it
my life don't make sense

The wind that blows in the window
remembers me you
this feeling of being free
belonging just to you and me

Love is the best medicine
for egocentrism,
and I want it for me

by the whole day
love gives me hope
by the night
it gives me peace
the one I need to sleep

Love is the best medicine
for tiredness,
I allways have the energy
enough to do it
(sex seems not to be a poetic word, but it in fact is)

That's my romantic experimentalism,
running desperately from all the isms

terça-feira, setembro 27, 2005

Forbidden Love

E eles se escondiam para amar, olhem que ironia! Enquanto o ódio e a violência era escancarados no rosto e no punho de muitos, seu amor era velado. Não era por covardia, não era medo, mas questão de sobrevivência. Nessa selva urbana as vezes você se cansa de ter que se enfrentar um, doi, três leões por dia. Ser alvejado por todos os lados, saber se defender do agressor e ao mesmo tempo comprendê-lo, ser superior... entre tanta gente baixa isso parece até ser fácil, mas fica difícil responder tanta hostilidade com algo sublime. Não quje não tentassem, tentavam, e como. Já haviam enfrentando muito, tudo que foi necessário para viverem em paz. Antes de se expor tiveram que vencer a batalha-mor, muito mais difícil do que qualquer confronto externo: a interna. Agora que estavam resolutos do que queriam, e sabiam que aquilo era belo, porque decerto era amor e não deturpação como quase tudo que se espalhava com orgulho pelo opi(o)nismo das pessoas. Sexo não é a principal coisa da vida de nenhuma pessoa, o que não diminui sua importância. Mas acima de tudo estão as pessoas, as vezes tão sem importância, as vezes pessoas são simplesmente pessoas... e isso é maravilhoso. Pessoas não são melhores. nem piores, nem abusadores, nem vítimas, pessoas são medíocres e maravilhosas ao mesmo tempo, só que em planos paralelos... que se cruzam ao mesmo tempo. A como o hibidrismo e a amibiguidade enriquecem nosso modo de ver o mundo!

Viviam seu amor como podiam, às vezes com hora e tempo marcado, as vezes com hora e tempo roubado, mas sempre com um tempo e espaço que era deles. Faziam coisas condenáveis pela moral e ética judaico-cristã-ocidental, mas a mesma já o condenava simplesmente por existirem de qualquer maneira. Podiam ser considerados os mais devassos entre todos, mas eram os únicos que não infrigiam nenhum dos dez mandamentos. Não matava, não roubavam, não traiam, não desejavam ninguém comprometido, só desejavam a si mesmos, e para muitos isso era proibido. Tolo mundo que possui exceções para a proibição da violências, como a imoralidade de toda guerra, e restrições para o amor, como se todos eles não fossem válidos.

De qualquer maneira lutavam, e a maneira mais devastadora possível: eram felizes, vivendo seu amor a qualquer custo. Exibiam desavergohadamente seus sorrisos, suas risadas, suas demonstrações de carinho. Em contraste com a arrogância do exército que espunha seu ódio vil com orgulho, aquilo ficava escandaloso... e assim iam contaminando as pessoas ao seu redor... Vamos subverter valores, let's just love!

sábado, setembro 24, 2005

eu não uso figuras de linguagem

puxa, que chato
eu uso palavras que falo
em coisas que escrevo
que eu podia dizer
mas não digo

eu acho tão bonito
tudo que é tão complicado
que eu não entendo
como um belo quadro
pra se pendurar na parede

eu olho,
enquanto balanço em minha rede
mas talvez fosse melhor dormir...
chega de reticências
a vida é muita vaga
pra se divagar em cima

a palavra e o som,
o escrito e a palavra cantada,
são as formas mais dinâmicas de expressão
que eu considero válidas

é isso que eu faço, eu falo
mesmo que escrevendo, eu digo
não faço arte, nem bibelô,
nem algo feio pra chamar atenção
eu não crio, nem invento, eu transcrevo
e espero que não esperem nada de mim
porque com certeza eu irei me atrasar

quinta-feira, setembro 22, 2005

contra-(o)-ataque

não posso adiar meu ódio,
ele é urgente demais
e muito grande pra se guardar
melhor cuspi-lo que chorá-lo
causando mais dano ao alvo
que ao atirador, aliviado

meu amor porém sempre espera
se esconde, receoso
louco pra sair pelado no meio da rua
gritando amor e encanto com a vida
mas se escondendo atrás da dúvida

o amor é muito controlável
só não no estado de paixão
que é também o menos válido
fulgás e abobalhado

devia dispará-lo sem receio
sem mira, sem freio
atacando a tudo e a todos
fincando beijos e abraços
declarações e olhares
tão fortes como uma tempestade
daquelas feitas de mísseis
num desses países em guerra

não devia ter misericórdia ao amar
não devia permitir que devolvessem-no
nem que me doasse tanto que ficasse nu
não devia se esperar permissão
pra carinhos, pra desejos, pra sorrisos
não devia ter nenhuma restrição
tanto faz amigo, vizinho ou vilão

todo camponês merece pedaços de terra de cada coração

domingo, setembro 18, 2005

Borboleta Preta

fuligem cobria suas asas coloridas
escondendo assim toda a sua beleza
entretanto garantia mais um dia de vida
se camuflando entre a sujeira que reina

apenas um milímetro de diferença
entre tanta mesmice e pasmaceira
seria gritante ao olho
e aos ouvidos vistoso
numa sinestesia ímpar
que só tamanhos insensíveis
poderiam captar

parece que os brutos só tem sensibilidade
para perceber as sutilezas das diferenças
e não enxergam a universalidade das semelhanças

dessa forma, seguia sujo
de sua origem, apenas lembranças
ia de sobras-vivendo
tão longe de seus semelhantes
no meio de tantos iguais
se sentindo estranho por dentro
ao menos pelos outros era aceito...
aprovado por ser o que não era

o maior problema não era a poeira
que por fora lhe cobria
mas as teias de aranha
que lhe tolhiam por dentro
amarras de preconceito
daquele mais puro e gritante:
o VELADO

quando batia asas,
a poeira sacudia
deixando um rastro negro
que quem se aproximasse cegava

e ele seguia como borboleta preta
como mariposa que não sai a noite
e não segue a sua natureza





solidão de si mesmo é quase incurável

domingo, setembro 11, 2005

Salmon Girl

Era a menina mais normal do mundo
Sem nenhum crime na folha corrida
Mas vivendo como uma fugitiva
Porque vivia em um mundo obscuro

Nele, permissão era exigida
Para se respirar no próprio ritmo
Emergir o que havia em seu íntimo
Enfim, para viver a própria vida

Para buscar a sua própria verdade
Deixa pra trás um rastro de mentiras
Mas tudo contra sua vontade própria

Paz era tudo que ela queria
E se mentia era por liberdade
Era pois sobretudo corajosa

sexta-feira, setembro 09, 2005

garotas, garotos... e os outros

garotos são só garotos
garotas são mais um pouco
eles sempre estranhos
elas quase originais

alguns garotos não gostam de garotas
os que gostam não sabem gostar
alguns garotos gostam de garotos
outros não gostam de ninguém

garotas costumam ser únicas
garotos são um pouco iguais
entre milhões de exceções
você ainda é especial

esse é um tema manjado
zilhões de vezes abordado
talvez nunca se esgote
pra quem queira esmiuçá-lo
mas o mistério me intriga
tantas diferenças e rixas
tudo parece tão sublimamente banal...

você costuma ser você mesmo
independente de gêneros
eu gosto do teu gosto
e do que você gosta

beijo, desejo, amor, amizade
queria tudo ao mesmo tempo
e encontro em ti,
por fortuitos momentos

obs: inspiration comes from: Garotos - Leoni

sexta-feira, setembro 02, 2005

+ light (mas mesmo assim, verdadeiro)

tô com saudade do teu cheiro
do teu corpo quente sobre o meu
sinto a falta do teu abraço quando acordo
sinto a falta do teu abraço enquanto durmo
sinto falta e lembro tanto de você
desde nossa despedida
até nosso próximo encontro
no longíquo seguinte dia
parece que o mundo só gira com você
a comida só tem graça com você
já quase desistir de dormir
porque pra mim
meus sonhos são quando acordo
quando eu posso te ver