segunda-feira, setembro 25, 2006

gato preto sobre gato preto

a certa distância difusa
há formas apagadas
em cores escuras;
a imagem do que se chama de nada.

mas o que há, advinho,
é volúpias e volúpias de escuro:
o preto cobrindo o preto,
o escuro no escuro
não monocórdios em monotonia,

não é preciso de claras fronteiras
para que existam um e o outro
além da monocromia,
pois não há tensão nessas linhas,
e sim espasmos trêmulos
que permitem, inclusive,
haver entre eles, um terceiro:
gemido no horizonte,
o vermelho.

domingo, setembro 03, 2006

sobre os fatos

as coisas existem
independente d'eu existir ou não?
essa pergunta é,
antes de tudo, um fato.


*pseudo-filosofando sobre a influência do mestre arystóteles e da sacerdotisa lispector.