segunda-feira, maio 22, 2006

auto-abandono, da série abusos condescendentes

Eleu sentia-se tão frágil
deitado, parado, controlando a respiração
na tentativa vã de controlar seu pulso
como se pudesse diminuí-la ao ponto
da quase não existência ,
que não conseguia, afundado em dolência
enfrentar a contínua eminência incontida
de sua total desvanecência
preferia qualquer coisa
àquela ânsia caústica que o castigava
desejava, então, ser violado
por abuso alheio e derradeiro
forma única de desfazer-se da tortura
de ser o único responsável de si mesmo
de não só estar completamente mal
e conhecer todas as razões para tal,
mas de correr o risco de ficar bem
e conviver com a ansiedade de poder
voltar novamente a se desfazer

3 comentários:

Anônimo disse...

O teu blog e um maximo kontinua axim!!!

Anônimo disse...

Esse tipo de angústia me dá medo!
Sanidade é uma grande ilusão!

Pedro Nakasu disse...

"da quase não existência ,
que não conseguia, afundado em dolência
enfrentar a contínua eminência incontida
de sua total desvanecência"
Boua!