quarta-feira, agosto 16, 2006

a POESIA desCARAda#3

a poesia escorre

escorre pelas bordas dos lábios

dos teus lábios, versos

lhes apara com a língua

devora meus olhos

me sorve pelos vãos

borbulha saliva dentro da minha boca

o céu lá de dentro se derrete

agora é mar

me dá vontade de tomar

tomar pra si

fazer com que o que é

se torne simples mente pertencer

escapar ao que é essência

pela tua condescendência

te colocar entre os dentes

acima das papilas

e te deglutir pelos ares



 

2 comentários:

Anônimo disse...

O jogo de palavras ficou muito legal. voce arrebenta muito!
bom dia!

Thalita Castello Branco Fontenele disse...

La volonté de la puissance, pulsando, pulsando, pulsando... derramado.