terça-feira, outubro 25, 2005

escrever sobre escrever

O problema de escrever não é arranjar inpiração, mas organizá-la. Porque idéias e pensamentos nós temos a torto e a direito. O complicado é encadea-los, separando e jogando fora aquilo que não é necessário. Se concentrar na Idéia e tecer em torno dela o texto. É difícil não se perder no caminho, entrando por desvios e atalhos que surgem no meio do processo. E é isso que é escrever, um verdadeiro processo, ao contrário de falar, que é um gesto(quase) espontâneo, escrever pode chegar a ser arte.. Isso porque é uma forma de expressão pensada, planejada, até mesmo tecnizada. Sim, por incrível que pareça há um engenharia por trás de cada poema. Sem uma boa estrutura, o texto despenca. As palavras do escritor se perdem e ganham outro tom, o que acaba desperdiçando toda a mensagem. Nada é ao leu, mesmo que seja espontâneo, porque até a espontaneidade é planejada. Diria até que a falta de regras é a regra mais rígida que existe. E que não me venham me chamar de positivista! Porque o que defendo é que escrever não é rebolar umas palavras sobre o papel, criar expressões bonitas ou parecer inteligente. Escrever com a intenção de ninguém entender é tão estúpido quanto escrever desesperado para que todos entendam. Mastigar demais é tirar p prazer da deglutição do leitor, é atrofiar a mandíbula cerebral...

Cada um escreve do seu jeito, cada um lê da sua maneira.. e assim existem zilhões de caminhos e interpretações. Mas isso não quer dizer liberdade total, aliás é lberdade sim, mas liberdade não é ausência de regras, pelo contrário, é bagunça organizada. Existe um código, uma cartilha que deve ser seguida não por mera convenção, mas para que se possa estabelecer uma comunicação intelingível com o receptor. Quebrar esses códigos é válido se for para comunicar algo, mesmo que uma crítica ou ruptura, mas fazê-lo sem razão é tolice pura. Não que eu seja assim um profissional na área da escrita, mas aqui estão os parâmetros que eu mesmo tento seguir. Enquanto escrevo, formulo e fixo meu pensamento, reforço idéias, descarto outras... Escrever é um processo de construção do texto enquanto agente se reconstrói. Ao terminar esse texto não serei mais o mesmo, não escreverei da mesmo forma. E você provavelmente não terminará de lê-lo a mesma pessoa. Não, isso não é um ataque de vaidade, até porque essa mudança pode ser muito bem pra pior, porque não? Mas de qualquer forma algo vai se transformar, mesmo que mínimo, irrelevante. Concordando ou descordando, p leitor vai se aproximar das minhas idéias ou reafirmar as suas sobre as minhas. Só espero que não continue o mesmo, porque se não o ato de escrever e o de ler ler não teriam sentido.

Isso tudo acabei escrevemdo porque queria atualizar o blog, mas estava confuso quanto a o que escrever. Pensei até em várias coisas, vieram várias ''inspirações'' na minha cabeça, mas nada me pareceu bom o suficiente para desenvolver um texto completo. OU era muito circunstanciais, ou idéias embrionárias. Ou simplesmente não conseguia me fixar em uma só idéia. Resolvi escrever sobre isso então. Sim, gosto de escrever sobre escrever, parece o assunto mais inesgotável que existe. E estranhamente ando escrevendo textos em prosa... Influência de blogs alheios, talvez, ou necessidade de me expressar de outra maneira. Vamos ver qual será a próxima, porque nunca existem vias suficientes de comunicação. Até a próxima!

3 comentários:

Blogger User disse...

olá!
o texto que você disse que já havia lido é do blog de um dos criadores deste heternônimo ao contrário, a erica...

na verdade bubukowski é composto por duas pessoas, por isso muitas coisas do blog de cada criador se funde com o bubu, pois são bubu tb!

deleite!

por sinal, este texto está fantástico!

Blogger User disse...

CarO Raukai, a Érica mente. Ela quer roubar a minha identidade. Eu sou eu mesmo. O bubukowski é o bubukowski e ele nunca se revolta contra sua identidade. Sou uno na minha unicidade. E combato os cliches de forma cliche...
Esse texto está fantástico. Gosto de textos meta textos. Quando morei em Sarajevo há um tempo atrás, conhecia uma mulher que escrevia assim. Infelizmente ela morreu na guerra.
Voce escreve muito bem. Nos mais de meio século de vida que tenho, vejo que voce tem a "coisa"...
Abraços

Pedro Nakasu disse...

Nossa, realmente este texto condiz com minha realidade...