segunda-feira, outubro 09, 2006

das coisas que são

O papel brilhante rasgado
a caixa de papel exposta em pedaços
dentro, um brinquedo?
não
um mundo novo de cores e sensação


o dia é claro
a luz amarela atravessa a película azul
e transita entre o brilho e o opaco do cinza da mobília
os lençois retorcidos, a roupa de cama um pouco fora do lugar
um espasmo de preguiça,
as pernas cavalgam até a pia


o tubo em forma de foguete
o violeta fluido da sua textura
seu brilho ascendente
passar a pasta na escova... higiene

não, um mergulho no mar da televisão
de jet ski, lancha e água cristalina
um paraíso, sem medo do fundo ou de tubarão


uma tarde que desliza enquanto o sol não se põe
e a ansiedade morna aconchega
prometendo um tipo agora vago de entusiasmo
uma tarde na casa do primo com primos
uma promessa de caminho fácil
para algum lugar que fazia falta

e tanto e de novo e insistentemente
até a exaustão do encantar-se
aquele encanto se oferecia
tão doce que não roça a língua
e macio até o ponto que aos dedos não fizesse pressão


saudade do tempo em que me refestelava com menos que uma epifania...
agora me falta perícia pra administrar as coisas que sou com as coisas que são.

2 comentários:

Anônimo disse...

n sei se entendi direito, hum... vou ler outras vezes, acho q o q dificultou pra mim foram a 3º e 4º versos da 5ª estrofe

bruno reis disse...

uhm, mas só esses dois versos já comprometeram o texto todo?