sábado, outubro 28, 2006

sinto muito, falo pouco, ouço tudo que não se diz 2

Veio por meio desse, pedir encaricidamente que me batam, me pisam, cuspam e depois passem por cima. Quem escreve é mesmo muito desavergonhado, como quem levanta a saia no meio da freira: o prazer é de voyerismo sem vergonha mesmo. Por isso pisem, pisotiem, passem a mão: é pra isso que estamos aqui.

Escrever é uma necessidade e não um dom; escrever eu não sei, mas eu preciso. E quando digo não sei não é por humildade nem nada, mas porque não é sem muito esforço que eu consigo chegar perto de dizer o que queria, quase sempre não consigo. Aliás, conseguir não; tanger. E literatura não é biografismo por mais que seja feito de sangue e suor(mais suor do que se pensa, na verdade, e não de alma, sangue mesmo). Entre o eu e o escritor tem pelo menos o tal do lírico, e ninguém é lírico de verdade, é sempre uma invenção, nem que seja de si mesmo, ou, principalmente, de si mesmo.

Por isso não tenham pudor de dizer não entendi, achei confuso, não tá bom, esqueça, não escreva nunca mais, por favor! Porque eu vou continuar a escrever de qualquer forma, se deus quiser e ele há de querer cada vez menos insatisfeito, apesar de saber que satisfeito mesom eu nunca vou ficar. Nunca me convenço com elogios mesmo, mais garantido pra credibilidade de vocês que me desçam a lenha. Com carinho, claro, mas sem muita frescura.

E obrigado a todo mundo que lê, comenta, ou lê sem comentar mesmo, são todos muito bem vindos, sempre.

3 comentários:

Alan Santiago disse...

eu assino embaixo - e, acho, qualquer um que escreva assina também

Lara disse...

e joga Pedra na Geni!
O melhor é que tem gente que joga pedra de tal forma que a jogada de pedra é que se transforma em literatura. Né bruno e alan? :P

Pedro Nakasu disse...

De longe eu pretendi pisotear tuas colheitas... mas obrigado por se importar com comentários