sexta-feira, outubro 20, 2006

por cima dos fios

ao bater de cílios
por cima dos fios
sobre a calçada,
pista casa gato muro chão

o fluxo contínuo interrompido
nós amarrados a cada poste,

pairando
paralelos
panorâmicos

sobre a textura dos dias,
asfalto
e lá embaixo
escorrendo
pelos vãos
e
dobras do cotidiano, esquinas,
meninas do sinal diruno,
saltimbancos do sinal de trânsito,
equilibristas do meio-fio, em abismo
ou garotas nas ruas escuras do centro,

nós, perpendicularmente isentos;
película do insulfilme,
cacos de vidro sobre o muro
e o tudo bem tudo bom
nos acenos de calçadas
opostas

7 comentários:

Anônimo disse...

vamos bailar uhuhh no meio fio...

lembrei agora dessa musica com teu texto :) Rita Lee, acho q é do Arnaldo...

bruno reis disse...

uhmmm, não conheço :)

vou procurar!

henrique disse...

pelo menos inda não tem cerca elétrica

Lara disse...

oposta
e perpendiculares.

Anônimo disse...

po cara
gostei muito

Pedro Nakasu disse...

você fala por códigos

Pedro Nakasu disse...

desculpa, não foi minha intenção te magoar, todo escritor tem sua forma de se expressar, pelas mais diversas formas de figura, mas é que às vezes me bate um olhar tão simplicista, chega a ser medíocre. Que a poesia fosse algo mais próximo das pessoas, não dos literatos em si; figuras de linguagem são como códigos para elas e os poemas ficam para os poucos que conseguem interpretá-los, mas pelamordedeus, não vá deixar de usar tuas metáforas pelo que eu to falando, elas são incríveis ;p