sábado, dezembro 10, 2005

qual a metade do infinito?

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quando pequeno
queria ser grande
cresci só um pouquinho
e então já quis ser mínimo
poder passar despercebido
mas vendo o engano concebido
concluí: melhor ser progressivo

vi a vida pela janela
mas foi só pulando ela
que vivi a vida plena
e pintei a vida em tela

viajei por aí
encontrei com alguém
e então me perdi
alguém me encontrou
bateu na minha porta
e me devolveu eu
saudade do meu eco
o único que sempre
reponde e nunca mente

ele sempre me diz
que permanentemente
tudo é inconstante

e ainda assim agente
não consegue prever nada
o futuro sempre escapa
da nossa mão de vidente

descobri que na nossa palma
há sim o destino da alma
mas em vez de nela escrita
é com ela que se escreve

e que a minha voz
não entoa só lamentos
também encantamentos
e desata alguns nós
até os da garganta

foi então que aprendi
que o dom da previdência
está em deixar correr
todas as minhas reticências

esses fiapos de destinos
ínfimas frações do ínfimo
que me conectam com o mundo
me trazem exclamações
e pontos semi-finais
o que vem depois disso tudo?

eu tinha metade de nada,
depois de muitos infortúnios
consegui metade do tudo...
falta ainda o infinito!

3 comentários:

Lara disse...

e me disseram: A única coisa eterna é a mudança.

E se te dou meia sanidade tu me empresta essa janela a qual você pulou? :)

Anônimo disse...

cara que coisa ótima.
voce tem muito talento.
tem coisa aí que voce fala pelo mundo.
Meio que uma universalidade muito legal!

Anônimo disse...

cara é isso mesmo!
éu descobri o remix séuclo vinte agora... é muito boa a´música....
fiquei meio inspirado!
valeu!